ATA DA NONA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM 07.03.1997.

 


Aos sete dias do mês de março do ano de mil novecentos e noventa e sete reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às nove horas e quinze minutos foi realizada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Anamaria Negroni, Antônio Losada, Carlos Garcia, Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Eliseu Sabino, Elói Guimarães, Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini, João Carlos Nedel, João Dib, João Motta, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Maria do Rosário, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Renato Guimarães, Sônia Santos, Tereza Franco e Gilberto Batista. Durante a presente Sessão, compareceram os Vereadores Antonio Hohlfeldt, Clênia Maranhão, Cyro Martini, Gerson Almeida e José Valdir. Constatada a existência de "quorum", o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias da Ata da Oitava Sessão Ordinária, que foi aprovada. À MESA foram encaminhados: pelo Vereador Adeli Sell, 01 Pedido de Informações nº 28/97 (Processo nº 774/97); pela Vereadora Anamaria Negroni, 02 Pedidos de Providências; pelo Vereador Carlos Garcia, 02 Pedidos de Providências; pelo Vereador Cláudio Sebenelo, 02 Pedidos de Providências e 01 Projeto de Lei do Legislativo nº 25/97 (Processo nº 782/97); pelo Vereador Cyro Martini, 01 Pedido de Providências; pelo Vereador Eliseu Sabino, 03 Pedidos de Providências; e pelo Vereador João Carlos Nedel, 01 Pedido de Providências. Ainda, o Senhor Presidente deferiu Requerimento do Vereador Elói Guimarães, solicitando desarquivamento do Projeto de Lei do Legislativo nº 176/96 (Processo nº 3051/96). Na ocasião, foram apregoados os seguintes Ofícios, de autoria do Senhor José Fortunatti, Prefeito Municipal em exercício: de nº 97/97,  solicitando autorização para o afastamento do País do Prefeito Raul Pont, para  viagem a Barcelona, Espanha, no período de doze a dezessete de março do corrente ano, a fim de participar do Simpósio sobre intercâmbio de experiências de gestão urbana "La Ciudad Latinoamericana y del Caribe en el Nuevo Siglo", com ônus para o Município; de nº 99/97,  em aditamento ao de nº 97/97; de nº 95/97, do Senhor Prefeito Municipal, solicitando o desarquivamento dos Projetos de Lei do Executivo nº 29/92 (Processo nº 1387/92), 77/94 (Processo nº 2411/94), 16, 58 e 63/95 (Processos nºs 637, 2169 e 2285/95, respectivamente), 15, 29, 41 e 61/96 (Processos nºs 811, 1419, 1949 e 2662/96, respectivamente), e dos Projetos de Lei Complementar do Executivo nºs 06/92 (Processo nº 714/92) e 10/96 (Processo nº 2948/96). Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs 89, 91, 92 e 93/96,  do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre; 20/97, do  Senhor Henrique  Fontana Júnior,  Secretário  Municipal  de  Saú<MOLD=2 pt><MF=27 mm><PF=12 mm><LF=164 mm><AF=261 mm>de. Na oportunidade, o Senhor Presidente informou que o Vereador Pedro Américo Leal foi escolhido para , na Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, fazer um relato sobre a representação externa da Casa no II Encontro Porto Alegre em Buenos Aires.  Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Cláudio Sebenelo relatou sua participação em reunião do Conselho Municipal de Saúde, comentando o funcionamento da central de marcação de consultas por telefone e o repasse, pela Administração Municipal, de verbas aos hospitais porto-alegrenses. O Vereador Pedro Ruas assinalou o transcurso, hoje, do sétimo ano de falecimento do líder comunista Luis Carlos Prestes, lembrando a trajetória deste personagem da história política brasileira, o qual sempre se posicionou pela defesa dos interesses populares. A seguir, foi iniciado o período de PAUTA. Em Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 08/96 e os Projetos de Lei do Legislativo nºs 98, 155, 157 e 168/96; os Projetos de Lei do Legislativo  nºs  04  e 12/97; o  Projeto de Lei do Legislativo nº 03/96, este discutido pelos Vereadores João Dib, Adeli Sell e José Valdir; e o Projeto de Lei do Legislativo nº 109/96, discutido pelos Vereadores João Dib, Adeli Sell e Cláudio Sebenelo; em 2ª Sessão, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 01/97, discutido pelo Vereador Cláudio Sebenelo, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 02 e 11/97 e o Projeto de Lei do Legislativo nº 10/93, discutido pelo Vereador Antonio Hohlfeldt. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou a presença do ex-Vereador Martin Aranha Filho. A seguir, constatada a existência de "quorum", foi iniciada a ORDEM DO DIA e foram aprovados os seguintes Requerimentos: de nº 57/97 (Processo nº 843/97 - Moção de Repúdio referente ao projeto de remodelação do Instituto de Previdência do Estado), de autoria da Vereadora Anamaria Negroni, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Pedro Ruas, Cláudio Sebenelo, Renato Guimarães, Carlos Garcia, João Dib, Gilberto Batista, Luiz Braz e Anamaria Negroni; de nº 27/97 (Processo nº 600/97- Sessão Solene para entrega do Prêmio de Educação Tereza Noronha à Professora Isolda Holmer Paes), de autoria do Vereador Antonio Hohlfeldt; de nº 31/97 (Processo nº 623/97 - Grande Expediente em homenagem aos vinte e cinco anos da Universidade Luterana do Brasil - ULBRA), de autoria do Vereador Antonio Hohlfeldt, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores João Dib, Adeli Sell, Nereu D'Ávila, Antonio Hohlfeldt e Gilberto Batista; de nº 49/97 (Processo nº 779/97 - Sessão Solene referente ao Dia do Médico), de autoria do Vereador Cláudio Sebenelo; de nº 58/97 (Processo nº 844/97 - solicitação de agendamento de reuniões da Comissão Técnica Especial desta Casa com técnicos da Secretaria de Planejamento Municipal, relativas ao Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental), de autoria do Vereador José Carlos Nedel, após ser encaminhado à votação pelo Vereador Clovis Ilgenfritz; de nº 54/97 (Processo nº 817/97 - Sessão Solene em comemoração à Semana de Porto Alegre), de autoria da Mesa Diretora, após ser encaminhado à votação pelos  Vereadores  João  Motta  e Luiz  Braz. Na  ocasião, os Vereadores Gerson Almeida e João Dib formularam Questões de Ordem sobre a viabilidade da realização de reunião da Mesa Diretora para tratar de <MOLD=2 pt><MF=27 mm><PF=12 mm><LF=164 mm><AF=261 mm>assuntos referentes a homenagens e Sessões Solenes, ao que o Senhor Presidente respondeu já ter sido realizada uma reunião para encaminhamento do assunto. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Guilherme Barbosa reportou-se ao pronunciamento do Vereador Cláudio Sebenelo, acerca da central de marcação de consultas médicas do Sistema Único de Saúde, esclarecendo ser intenção dessa nova sistemática a otimização do sistema de saúde do Município. Também, respondeu a questionamentos levantados por aquele Vereador, relativos ao repasse de verbas pela Administração Municipal aos hospitais de Porto Alegre. O Vereador João Dib apoiou pronunciamento do Vereador Cláudio Sebenelo, acerca de problemas atualmente observados na área da saúde pública em Porto Alegre. Ainda, declarou que a aplicação de recursos no sistema financeiro, feita pelo Executivo Municipal,  prejudica o atendimento das reivindicações salariais dos municipários. Em EXPLICAÇÃO PESSOAL, o Vereador João Carlos Nedel falou a respeito de audiência que teve com o Senhor Prefeito Municipal, buscando viabilizar um plano para atrair investimentos para a Cidade. Relatou visita feita, ontem, às obras de construção do Santuário Mãe de Deus, no Morro Esperança. Finalizando, refutou declarações do titular da Secretaria Municipal de Obras e Viação - SMOV, Senhor Estilac Xavier, e do Vereador Gerson Almeida, a respeito da reintegração, ao quadro funcional da SMOV, de funcionário afastado por ser portador do vírus HIV. O Vereador Cyro Martini teceu comentários sobre o Código de Trânsito Brasileiro, em tramitação no Congresso Nacional, apoiando nota publicada no Jornal Zero Hora, em defesa da criação de uma guarda de trânsito no Município. O Vereador Cláudio Sebenelo retomou seu pronunciamento acerca da política de saúde pública vigente em Porto Alegre, propugnando por soluções concretas para os problemas hoje existentes nesse setor. Também, analisou os reais objetivos de Moção aprovada pela Casa, dia vinte e seis de fevereiro do corrente ano, de Solidariedade com a Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul - AJURIS. O Vereador Adeli Sell discorreu sobre a forma como se processou a municipalização da saúde em Porto Alegre, destacando a preocupação de seu Partido com essa área. Defendeu a tomada de medidas visando à melhoria e ao aumento de opções turísticas no Município e comentou matéria publicada hoje no Jornal Zero Hora, intitulada "A Cidade Desprotegida". O Vereador Antonio Hohlfeldt, atentou para diferenças observadas entre a teoria e a prática dos governos do Partido dos Trabalhadores, exemplificando com problemas administrativos hoje observados no Município de Ronda Alta. Comentou o sistema de marcação de consultas médicas vigente em Porto Alegre, salientando problemas observados no folheto produzido para orientação da comunidade sobre o assunto. Registrou estudo efetuado por equipe do Governo Estadual, relativo à situação e viabilidade do ensino profissionalizante no Rio Grande do Sul, e criticou a reeleição, para a Direção Nacional do Partido dos Trabalhadores, do Senhor Gilberto Vacarezza. Após, o Vereador Antonio Hohlfeldt procedeu à entrega à Mesa  e o Senhor Presidente apregoou Requerimento assinado pelos Vereadores da Comissão de Educação, Cultura e Esportes, solicitando que passem a tramitar por essa Comissão <MOLD=2 pt><MF=27 mm><PF=12 mm><LF=164 mm><AF=261 mm>todos os processos referentes a permutas ou vendas de áreas da Cidade. Às doze horas e doze minutos, nada mais havendo a tratar, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Clovis Ilgenfritz, Paulo Brum e Guilherme Barbosa e secretariados pelos Vereadores Paulo Brum e Carlos Garcia. Do que eu, Paulo Brum, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 

 


O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): Eu gostaria de dizer aos Srs. Vereadores e Vereadoras que eu e o Ver. Eliseu Sabino elegemos o Ver. Pedro Américo Leal o relator do grupo que esteve na Argentina. Informamos que na próxima segunda-feira nós apresentaremos um relatório a este Plenário. Eu posso adiantar que foi muito importante a ida da Câmara no Segundo Porto Alegre em Buenos Aires e achamos que isso deve-se estender para outras cidades. Nós sentimos que a Câmara pode ter uma atuação bem mais integrada e até pode ser proponente em questões a serem desenvolvidas.

Aqui está um "recuerdo" do evento.  "Outdoors" iguais à placa que ganhamos de recordação estão espalhados em toda a cidade. São cerca de 2500 a 300 cartazes, que lá são de tamanho mais condizente com a escala humana. Estes cartazes foram distribuídos em setores estratégicos da Cidade, ajudando, assim, a despoluir, não prejudicando a Cidade e, ao mesmo tempo que a enfeitam, deixando melhor o processo de ocupação urbana.

Esta placa que deram de recordação a cada um de nós vai ficar como uma recordação à Casa, no Gabinete da Presidência.

O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra em Comunicação de Líder.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, em cumprimento  ao ofício de Vereador, compareci, ontem, por delegação da Presidente da Comissão de Saúde, Vereadora Sônia Santos, à reunião do Conselho Municipal de Saúde, onde tomei conhecimento da publicação de um  "folder" anunciando a Central de Marcação de Consultas e Exames Especializados. Esse "folder" apresenta em sua capa dois aparelhos telefônicos e, através  do telefone e da imprensa gaúcha de hoje, o Secretário afirma que num sistema de modernização digital há um aumento da comodidade, onde serão marcadas as consultas e reconsultas e que haverá mais rapidez, conforto e abrangência para o paciente. E que eram marcadas 9 mil consultas, atualmente, e que passaram para 30 mil.

Na verdade, eu comecei a procurar no "folder" como eu me comunicaria com essa Central de Marcação e, para minha surpresa, não existe o número de telefone. O problema é que para ter acesso a esse telefone tem que existir uma senha, dificultando e só permitindo que as pessoas cheguem através da consulta inicial. Parece-me que isso é um problema sério, porque, ao mesmo tempo em que acena com uma propaganda de que tem um telefone, não informa o número. Isso é um problema a ser explicado pelo Secretário da Saúde, tanto quanto o que está sendo divulgado hoje na página 10 de "Zero Hora": "Recursos da Saúde são desviados. A Secretaria de Saúde de Porto Alegre deverá explicar ao Ministério Público, no prazo de dez dias, por que está aplicando no mercado financeiro recursos destinados pelo SUS, retardando em vinte dias seu repasse aos hospitais. Ora, se esses hospitais e Santas Casas estão quebrados, arcando com juros de empréstimos bancários, dos quarenta milhões destinados pelo SUS, dezessete vão para a Prefeitura de Porto Alegre todos os meses. Parcelas expressivas desses recursos não são repassadas desde agosto. A Secretaria alega que estão fora do teto, mas este foi estipulado depois da prestação de serviços. Esses serviços foram prestados, as pessoas foram atendidas, não é uma ficção das entidades filantrópicas. O coordenador do Centro de Apoio Civil da Cidadania, Procurador Ricardo Oliveira da Silva, recebeu a reclamação da Federação das Santas Casas e tomou as providências, em ofício remetido dia três ao Secretário da Saúde." Ressalto que na reunião de ontem apenas foi dito que as contas estavam regularmente em dia, quando as entidades estão reclamando. Quando este controle era feito pelo Estado ou pela União, o PT criticava essa distribuição. Agora que ele está distribuindo e aplicando o dinheiro, segundo a página dez do Jornal “Zero Hora”, do conceituado cronista Barrionuevo, vale dois pesos e duas medidas. Enquanto for da turma de Fernando Henrique Cardoso, não vale, mas o deles vale. Ficam essas disparidades, essa diferença de postura registrada, porque vivemos uma grande crise, quando os recursos da saúde são, segundo a página dez, desviados dos cofres frágeis, delicados e vulneráveis da área da saúde, que sempre sofreu com esse tipo de problema. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Pedro Ruas está com a palavra para uma Comunicação de Liderança.

 

O SR. PEDRO RUAS: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o dia de hoje, 07 de março de 1997, marca a passagem do 7º ano da morte de Luís Carlos Prestes, que, postumamente, recebeu a patente de Coronel do Exército Brasileiro. Luís Carlos Prestes é uma figura por demais importante para que deixássemos passar sem esse registro: o 7º ano de sua morte, ocorrida em 7 de março de 1990, exatamente há 7 anos, aos 92 anos.

A história de Prestes se confunde com a história brasileira e com a história, em especial, da esquerda no Brasil. Desde os tempos da Coluna -  a segunda maior e mais longa marcha da história da humanidade - Prestes tem sido, ao longo dos anos, um símbolo de luta permanente e de compromissos acima de quaisquer questões, inclusive de sua vida pessoal, para com a causa que sempre defendeu. Socialista, marxista, teve, ao longo de sua trajetória política, diversos envolvimentos, marcados sempre, na nossa opinião, pela coerência e pelo compromisso maior com a classe trabalhadora. Quando morreu, era Presidente de honra do PDT, o que, obviamente, era uma honra para o PDT. Teve, durante a sua vida, diversos momentos de extrema dificuldade, em que teve de  deixar de ser a  pessoa com sentimentos para poder colocar acima de si  os seus ideais. Foi assim que ele levou a vida durante 92 anos, e é assim que deve ser lembrado. Em certa ocasião, quando perguntaram a Pablo Neruda - o grande poeta chileno - se ele falaria sobre Luís Carlos Prestes, ele disse: "Para  falar sobre Prestes é preciso uma montanha por tribuna, e eu não a tenho". O Cavaleiro da Esperança marcou a história do País e marcou a militância de todos nós, pois, de uma forma ou de outra, cada um de nós teve em Luís Carlos Prestes um modelo a seguir ou, em muitos casos, um inimigo a combater. Ele marcou a vida brasileira, marcou a nossa história política. Para nós, é importante lembrar este 7º ano. Que o seu exemplo de nacionalismo, de brasilidade, de fidelidade aos compromissos continue  existindo em muitas pessoas! Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Passamos ao período de

 

<D><D><MOLD=2 pt><MF=27 mm><PF=15 mm><LF=164 mm><AF=257 mm><D><E>PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

1ª SESSÃO

 

PROC. 0429/96 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 003/96, de autoria do Ver. Jocelin Azambuja, que autoriza o Poder Executivo a isentar os trabalhadores urbanos desempregados do pagamento das parcelas do Imposto Predial e Territorial Urbano.

 

 

PROC. 1185/96 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 008/96, de autoria do Ver. Jocelin Azambuja, que transforma em Unidade Territorial de Uso Misto a Unidade Territorial de Uso Industrial nº 27 da UTSI 13 da Lei Complementar nº 43, de 29 de julho de 1979, e dá outras providências. (construções de uso residencial no 4º Distrito)

 

PROC. 1684/96 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 098/96, de autoria do Ver. Jocelin Azambuja, que institui o estacionamento temporário e rotativo de táxis defronte às casas noturnas e de espetáculos e dá outras providências. Com Emendas nºs 01 e 02.

 

PROC. 1954/96 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 109/96, de autoria do Ver. Jocelin Azambuja, que autoriza o Executivo Municipal a adquirir e fornecer o combinado de medicamentos para o tratamento dos portadores do vírus "HIV" e dá outras providências.

 

PROC. 2513/96 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 155/96, de autoria do Ver. Jocelin Azambuja, que institui a "Semana do Menino Deus" no Município de Porto Alegre e dá outras providências.

 

<MOLD=2 pt><MF=27 mm><PF=15 mm><LF=164 mm><AF=257 mm>PROC. 2545/96 -  PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 157/96, de autoria do Ver. Jocelin Azambuja, que inclui a Carreata Natalina do Bairro Menino Deus no Calendário Oficial de Eventos de Porto Alegre e dá outras providências.

 

PROC. 2881/96 -  PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 168/96, de autoria do Ver. Jocelin Azambuja, que denomina Largo Francesco Spina o canteiro localizado em frente do nº 2 da Praça Garibaldi, na confluência com a Av. Aureliano de Figueiredo Pinto, no Bairro Cidade Baixa.

 

PROC. 0281/97 -  PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 004/97, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que inclui artigo na Lei nº 7632, de 10 de julho de 1995, que estabelece critérios para uso do cinto de segurança nas vias terrestres do Município de Porto Alegre.

 

PROC. 0573/97 -  PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 012/97, de autoria da Vera. Anamaria Negroni, que torna obrigatória, nos supermercados e demais estabelecimentos comerciais, a instalação de balança junto aos balcões de carnes e outros produtos embalados manualmente.

 

2ª SESSÃO

 

PROC. 0507/93 -  PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 010/93, de autoria do Ver. João Motta, que estabelece diretrizes gerais para a criação e funcionamento de Cooperativas Habitacionais Populares no Município de Porto Alegre e dá outras providências. Com Substitutivo nº 01.

 

PROC. 0170/97 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 001/97, de autoria da Vera. Maria do Rosário, que regulamenta o artigo 18 do Ato das Disposições Orgânicas Gerais e Transitórias da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre. (dispositivos que facilitem o acesso de deficientes aos veículos do transporte coletivo) Com Emendas nºs 01 e 02.

 

PROC. 0572/97 -  PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 011/97, de autoria da Vera. Anamaria Negroni, que autoriza o Poder Executivo Municipal a construir quiosques junto à orla do rio Guaíba e dá outras providências.

 

PROC. 0593/97 -  PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 002/97, de autoria da Vera. Anamaria Negroni, que altera a Lei Complementar nº 234, de 10 de outubro de 1990, obrigando os condomínios a colocar, à disposição dos condôminos, recipiente para coleta seletiva de lixo.

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a Pauta, no dia de hoje, me enseja a oportunidade de falar sobre fiscalização. E, para falar sobre fiscalização, vou dizer que a Câmara deve estar muito mal financeiramente, porque só tem um suporte para o microfone e ele é usado nos dois plenários. Esqueceram no outro plenário. Para quem tem mais altura, tem problema.

Mas, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu dizia que a Pauta me enseja a oportunidade, hoje, de falar em fiscalização. Nada menos do que nove projetos estão apresentados no primeiro dia de Pauta. O Executivo Municipal recentemente fazia um Decreto e modificava a Lei Orgânica, através de Decreto, depois de um acerto havido entre o PT  e o PDT, extinguindo  os CIEMs. Não respeitou nem o acordo dos dois partidos. Agora, na Lei de Licitações, o art. 15 determina que se faça "padronização que imponha compatibilidade", e vai dizendo uma série de coisas, informando que "deve-se adotar o sistema de registro de preços para compras". O Executivo Municipal, não sei por que, resolveu estender, por conta própria, o que não está na Lei, por Decreto do Sr. Prefeito Tarso Genro, também para serviços, e  isso é absolutamente ilegal. Então, ao contrário do que se faz aqui, nós deveríamos, isso sim, estar fiscalizando mais. E esta é a grande missão do legislador, que diz que os Legislativos estão esvaziados. Então, fazem leis e mais leis. É claro que eu sou um simples engenheiro, um pobre engenheiro, e não posso dizer que o Executivo Municipal extrapolou  quando estendeu  a serviços o que deveria ser apenas para compras. Quem diz é Jorge Ulisses Jacob Fernandes, Procurador do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas do Distrito Federal, professor titular de Direito Administrativo da Universidade do Distrito Federal e do Centro  Brasileiro para Formação Política, instrutor do Instituto Sezebelo Correia do Tribunal de Contas da União, autor do livro "Contratação Direta sem Licitação", lançado em julho  de 1994. É esse homem que  vislumbra, no Decreto da Prefeitura de Porto Alegre, manifesta ilegalidade: "O art. 15 da Lei  8.693 só autoriza adotar o sistema de registro de preços para compras." Está encaminhado para o Tribunal de Contas do Estado, para o Procurador: "V. Exa., no desempenho de suas funções, quer levantar a questão, ou devo oficiar ao  Governador, apresentando, como colaboração, o fato exposto no parágrafo anterior?" Acho que era mais importante do que fazer leis fiscalizar as existentes. Existem nove. O Ver. Jocelin Azambuja, eficiente, produtivo, está  "autorizando o Poder Executivo a isentar os trabalhadores urbanos desempregados do pagamento das parcelas do Imposto Predial e Territorial Urbano". Isso é brincar de fazer leis! O Executivo não vai fazer isso, porque nem pode fazer, senão, não tem como controlar os seus serviços. Então, nós ficaremos todos, muito bonitinhos, ao invés de auxiliar o desenvolvimento da Cidade, mostrando para o desempregado que o Prefeito está cobrando porque ele vetou o Projeto de Lei que o Vereador apresentou. Esse tipo de coisa não se faz. Isso não é correto. Hoje sou da Comissão de Justiça. Analiso os processos como se eu fora Prefeito. O que eu aceitaria eu aceito; o que não aceitaria não aceito. Outro Projeto, do mesmo Vereador, autorizando o Executivo a adquirir e fornecer o combinado de medicamentos para tratamento dos portadores do vírus HIV. O Executivo já está fazendo isso! Que não seja autorizado a fazer o que faz! Por isso que as leis inócuas prejudicam a aplicação das boas leis. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Adeli Sell para discutir a Pauta.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a reivindicação do nobre Ver. João Dib já foi atendida, o que me beneficia  muito aqui, no Plenário. Eu quero parabenizar pela intervenção o Ver. João Dib, que aqui nos alerta sobre a apresentação de Projetos de Lei. Eu já estava inscrito para  manifestar-me fundamentalmente sobre uma proposição  do Ver. Jocelin Azambuja. Eu acredito que, quando um Vereador propõe a isenção do pagamento de taxas de IPTU para desempregados, o Vereador está fazendo demagogia. Está aceitando, em última instância, o "status quo" vigente no País e submetendo-se à política do desemprego. Não cabe ao Poder Executivo Municipal, não cabe ao Poder Legislativo desta Casa nem discutir essa questão. O imposto sobre a propriedade é necessário e é um direito e um dever do Poder Público Municipal cobrá-lo, e nós temos a obrigação, enquanto legisladores, e o Poder Executivo Municipal tem a obrigação, enquanto poder municipal, de lutar, trabalhar, pensar, elaborar leis, apresentar projetos e viabilizá-los, contra o desemprego. Nós  temos que pensar formas, maneiras de ajudar o Executivo Municipal a resolver em nível local, apesar de nós sabermos que nem sempre no nível do Município se podem resolver problemas da gravidade do desemprego. No entanto, nós temos a obrigação de fazê-lo. Ontem se discutia, aqui, com as mulheres trabalhadoras, os seus direitos, e eu dizia desta tribuna que, inclusive, podemos fazer cooperativas de trabalhadores, mas que não burlem a legislação, que não burlem os benefícios sociais para que, inclusive, tenhamos mais empregos na nossa Cidade. Nós temos que propor desenvolvimento econômico e social para a nossa Cidade, preocuparmo-nos com a possibilidade do turismo, de campanhas como, agora,  fazer a Semana de Porto Alegre, para trazer o homem do interior para Porto Alegre, para aqui comprar, para aqui usufruir a nossa cultura, nossa beleza, e, evidentemente, isso traz o desenvolvimento para a nossa Cidade. Nós temos  que pensar em grandes mutirões de habitações populares, ou, como fazem as cooperativas - é a preocupação de um dos Projetos de Lei do Ver. João Motta, das cooperativas habitacionais -, onde as pessoas que trabalham na área da habitação possam ter emprego, possam desenvolver a nossa Cidade através da maior oportunização do espaço de trabalho. Isso que nós temos que discutir! É sobre isso que temos que legislar! Não necessariamente fazer uma lei municipal nesta Casa, mas abrir um debate com o Executivo Municipal, esta Casa servir de fórum de debate com a FIERGS, com a FEDERASUL, com as microempresas, com as associações e sindicatos de trabalhadores, com as associações de moradores, para que juntos possamos traçar uma política de desenvolvimento para a nossa Cidade. Este projeto apresentado, lastimavelmente, é um projeto demagógico e temos que rejeitá-lo, não podemos aceitar esse tipo de projeto aqui.

Finalmente, quero fazer coro com o Ver. João Dib sobre o outro Projeto, que autoriza o Executivo a comprar, fornecer medicamentos contra a AIDS. Temos que registrar aqui a nossa preocupação com esse tipo de projeto, porque, na verdade, a  Prefeitura já faz muito nessa questão, e sabemos que, apesar dos grandes esforços que estão sendo feitos, nem tudo poderá ser feito nessa área, porque esses medicamentos são caríssimos e muitos deles ainda não foram descobertos, infelizmente, para a salvaguarda  da vida de milhares de pessoas. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)     

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Antonio  Hohlfeldt está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, inscrevi-me na Pauta de hoje para, apesar da quantidade bastante razoável de projetos que iniciam a sua tramitação ou reiniciam a sua tramitação, em alguns casos, mencionar especificamente o Projeto de autoria do Ver. João Motta, que estabelece critérios e diretrizes para a criação e funcionamento de cooperativas habitacionais populares no Município de Porto Alegre, com o Substitutivo.

Quero, eventualmente, apresentar algumas Emendas ao Projeto do Ver. João Motta. Mais do que estabelecer diretrizes  para a criação e funcionamento das cooperativas habitacionais, o Ver. João Motta deverá, também, preocupar-se em legislar sobre a relação entre essas cooperativas e a Prefeitura Municipal.

No ano passado fui convidado pela cooperativa que envolve os funcionários do DMLU para conversar com eles, e por uma outra cooperativa que trabalha com os jornalistas da Cidade, com cerca de 300 associados - o Ver. Lauro Hagemann deve ter  notícia disso.

Chamou-nos a atenção que a Secretaria de Planejamento e a Secretaria de Obras têm colocado óbices constantes aos projetos de habitação popular das cooperativas. Se é difícil a tramitação de projetos de empresas privadas - todos sabemos das queixas genéricas que se têm, Ver. Pedro Américo Leal, sobre como é demorado e complicado, às vezes contraditório, o processo de análise dos projetos na área da SMOV, na área da SPM; às vezes a SMOV pede uma coisa, a SPM pede outra, não conseguiram até hoje se encontrar, e, quando troca a chefia, a coisa piora ainda mais -, quando entra a questão das cooperativas habitacionais fica  dez vezes pior. Contraditoriamente, a Administração Popular, com todo o seu discurso de apoio à habitação popular, ao que parece "marca na paleta" os projetos de habitação popular das cooperativas de trabalhadores.

Vem em muito boa hora, Ver. João Motta, a colocação do seu Projeto. Confesso que conheço o original. Vejo, agora, que há um Substitutivo. Quero estudar com calma. Se for o caso, quero apresentar algumas Emendas, porque, no meu entendimento, a Administração tinha que dar um tratamento diferenciado às cooperativas habitacionais. Se é verdade - e eu concordo plenamente com isso - que devemos e podemos cobrar do poder público federal e estadual políticas de habitação popular, também é verdade, no meu entendimento, que, se os próprios trabalhadores são capazes de se organizar no sentido de viabilizarem a sua habitação, o poder público tem obrigação  de dar apoio a esse tipo de iniciativa, senão, há uma contradição entre discurso e prática. Tenho certeza de que o Ver. João Motta, por sua coerência, vai ter a mesma perspectiva que eu. No ano passado eu verifiquei e pelo menos em duas situações de cooperativa sei que o Ver. João Motta acompanhou. A cooperativa dos lixeiros, lá do DMLU, o Ver. João Motta estava acompanhando a mobilização.

 

O Sr. João Motta: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, não é a minha intenção esclarecer, mas gostaria de colocar mais uma informação ao seu pronunciamento, que é muito lúcido. Há dois anos nós sabíamos que no Município de Porto Alegre ia acontecer o seguinte: íamos ter leis, como a função social da propriedade, solo criado, etc. e, agora, essas cooperativas. Isso era uma etapa. A outra etapa era o cumprimento dessas leis, e estamos exatamente nessa etapa. Portanto, existe muita novidade no "front" e acho que é um desafio para nós, da administração, democratizar o cumprimento efetivo dessas leis que foram elaboradas.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Obrigado, Vereador, e quero registrar, portanto, a minha disposição em ser companheiro nesta batalha. Acho importante, sim, apoiar cooperativas habitacionais, independente do tipo de trabalhador. Parece-me que isto pode ser  uma alternativa importante não de solução, mas de encaminhamento de soluções para a habitação popular.

Gostaria de deixar registrado que me chamou a atenção de que houvesse uma certa má vontade da administração do ano passado, e não digo que seja por parte de secretários, pois acredito  que seja do segundo ou terceiro escalão. Mas é preciso haver uma intervenção do poder político e, nesse sentido, tenho certeza de que o Projeto de V. Exa. vai contribuir. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. José Valdir está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOSÉ VALDIR: Sr. Presidente e Srs. Vereador, quero concordar, em grande parte, com a questão das cooperativas habitacionais que o Ver. Antonio Hohlfeldt levanta. O nosso gabinete também está estudando o tema e, posteriormente, vamos contribuir para a sua discussão, vinculando ao Projeto que o Vereador de minha Bancada está apresentando na manhã de hoje. Em primeiro lugar, quero fazer um elogio. Eu acho que quem trabalha tem que ser elogiado! O elogio ao Ver. Jocelin Azambuja por sua garra legislativa, fiscalizatória, e pela excelente performance em matéria de produtividade parlamentar, porque, dos nove projetos, em primeira Sessão, que nós estamos discutindo na manhã de hoje, sete são do Ver. Jocelin Azambuja. Metade de todos os projetos em Pauta, na manhã de hoje, são do Ver. Jocelin Azambuja. Isso  revela a excelente produtividade legislativa e garra fiscalizatória que tem o Ver. Jocelin Azambuja. No entanto, gostaria de me pronunciar a respeito deste Projeto que isenta os desempregados do pagamento de parcelas do IPTU. Eu acredito que, se nós isentarmos os desempregados do IPTU, também temos que isentá-los de outras taxas. O argumento é válido para outras taxas municipais.

Quero levantar uma outra questão que tenho referido seguidamente nesta tribuna, que me preocupa. Depois da Constituição de 88, os municípios assumiram uma série de encargos, a meu ver, sem a devida cobertura dos recursos. Assumiram encargos muito maiores na área da educação, na área da saúde, na área da assistência social, sem os devidos repasses, sem os recursos correspondentes a esses novos encargos que passaram a assumir.

No momento em que nós temos no País - os jornais noticiam isso, as pesquisas mostram isso - um aumento acelerado do desemprego, o que nós temos que fazer, como Vereadores, é discutir, debatendo muito bem e exercendo a nossa influência política, para que este País tenha uma política efetiva de emprego e mecanismos de proteção aos desempregados, como a grande política nacional, e, em nível de Município, como já foi colocado pelo meu colega de Bancada, envidar  todos os esforços para assumir aquela pequena parcela que o Município tem competência de assumir no sentido de ajudar a criar novas oportunidades de  emprego, como a administração Popular tem-se esforçado para fazer, inclusive, com o Banco Produção e outras iniciativas. A questão do turismo, como diz o Prefeito, é uma questão que vamos ter que encarar de frente. Jamais podemos responsabilizar os municípios e fazer com que o ônus do desemprego recaia sobre eles, fazendo com que eles, que já estão sobrecarregados, no meu modo de ver, com uma série de encargos que lhes foram atribuídos sem os recursos correspondentes, passem a ser penalizados, assumam o ônus e combatam  o desemprego. O problema desses projetos é que eles pretendem fazer gentilezas para o povo com o chapéu do povo, projetos que fazem com que o Executivo abra mão de receitas que são necessárias para implementar melhoria nas vilas populares, que são necessárias para implementar as políticas públicas de saúde, educação e assistência social.  Portanto, são projetos que, ao fazer com que o Município abra a mão de recursos, na verdade estão atribuindo ao próprio povo a solução e o encargo de socorrer aqueles setores a quem o Projeto se dirige. Concordo plenamente com o que disse o Ver. João Antônio Dib, que esse é mais um Projeto que trilha o caminho da demagogia. Acredito que esse é um Projeto demagógico. São as famosas histórias em quadrinhos. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. CLÁUDIO  SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. O Sr. João Antonio Dib, nosso querido Vereador, tirou-nos a inocuidade das leis. Especialmente, eu queria falar do problema da HIV.  Se há um programa, com todos os defeitos que se possam apontar, que está sendo efetivo, que realmente está cumprindo suas funções, é a assistência, através dos Governos Federal e Estadual, em relação ao paciente portador do HIV. Já há a distribuição desse medicamento.  Eu gostaria de elogiar o Projeto, de autoria da Vera. Maria do Rosário, com dispositivos que facilitem o acesso de deficientes aos veículos dos transportes coletivos. A nossa sociedade tem como postura, quando do insucesso, colocando bem longe a nossa incompetência, resolver nossos problemas sociais. É o esquecimento da sociedade em relação ao deficiente. Quando falamos em deficiente, não falamos do deficiente da locomoção, ou das pessoas que estão acamadas, impossibilitadas de qualquer movimento: falamos dos autistas, dos daltônicos, dos paraplégicos que andam  em cadeira de rodas, pois esses ainda têm condições de melhorar sua qualidade de vida. Em relação a isso, apresentei um Projeto para  que a todos os locais de maior movimento os deficientes tenham acesso, pois percorrem longos trechos na Cidade até encontrar um acesso adequado, por exemplo, nas faixas de segurança. Por outro lado, quero ressaltar que nunca houve no País um movimento tão grande de municipalização, pois todos aspiram à municipalização. Quando os recursos são repassados, eles são desviados para investimentos. Numa época em que não há inflação, não há por que investir e ter grandes ganhos em cima da inflação para não desvalorizar o dinheiro. O dinheiro está valorizado. Por isso, não adianta fazer a alegação de que o dinheiro não chega, pois, quando ele chega, não é competentemente administrado. É claro que não estou aqui colocando, em nenhum momento, desconfiança em qualquer tipo de pessoa, nem na integridade do Secretário Fontana - eu gostaria que ele viesse aqui explicar para nós o que está denunciado, hoje, na "Zero Hora". Por outro lado, eu gostaria de ressaltar que, muitas vezes, dentro de projetos como estes, dá-se o encargo de arranjo de empregos para as prefeituras municipais. Acho que deve haver, por parte das prefeituras, um fomento a esse tipo de solução para um problema social gravíssimo, que é o desemprego no Brasil, com criatividade. Vou dar dois exemplos: por que a Prefeitura não inicia, junto ao SESC, ao SENAC, a essas empresas de ensino profissionalizante, a formação de um curso de jardinagem - existe um grande mercado de trabalho em Porto Alegre -, de zeladores, pois há um grande número de edifícios novos? É isso o que se pede da Prefeitura, muito mais agora, porque nunca houve no Brasil  uma atitude tão democrática, tão aberta, tão voltada à periferização do poder através da municipalização em quase todos os setores, dando maior importância não só às administrações das prefeituras, mas também ao nosso trabalho como Vereador. É aqui que nós precisamos trabalhar esse problema do desemprego, esse problema da área de saúde, esse problema da área de educação, área em que, lamentavelmente, o PT não foi feliz nas suas administrações dos últimos oito anos. Muito  obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

Apregoamos os ofícios de nº 097/GP e nº 099/GP.

Requerimento encaminhados à Mesa.

Em votação o Requerimento nº 054/97, de autoria da Mesa Diretora, solicitando a realização de uma Sessão Solene no dia 25 de março de 1997, em comemoração à Semana de Porto Alegre.

O Ver. João Motta está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. JOÃO MOTTA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu gostaria de aproveitar o Projeto de Resolução da Mesa para comunicar ao Plenário, pois a Mesa já está extra-oficialmente comunicada, sobre essa situação, que já foi fruto de um debate, há algumas semanas, por alguns Vereadores. Vejo que esta já é a terceira proposta de resolução que sugere Sessões Solenes, e os Vereadores que estão encaminhando estão ficando cientes de que esta será a primeira e a última , ou seja, até o final do ano de 1997, eles estão, por força do que existe em termos de norma regimental, impossibilitados de propor nova Sessão Solene. Essa proposta de resolução poderia ter sido encaminhada  por algum Vereador, individualmente, mas acho que a Mesa, até pela dimensão do tema, corretamente, toma a iniciativa.

Aproveito o encaminhamento favorável a essa Resolução da Mesa para solicitar que, pelo menos,  em relação àquelas Sessões Solenes de entrega de títulos, Ver. Luiz Braz (V. Exa., que já foi Presidente), que são do  ano passado ou retrasado, que estão pendentes em razão de os Vereadores não terem mais cotas, ou de terem que burlar a Resolução e pedir a outro Vereador que não vai usar essa cota para fazer a entrega, a Mesa tome a iniciativa de fazer uma proposta de resolução  para que sejam entregues esses títulos. Nesse ponto sou meio ortodoxo, Ver. Juarez Pinheiro. Acho que, neste caso, estamos diante de uma não-existência, de um vácuo jurídico, que é o seguinte: nós aprovamos a Lei, aprovamos a Resolução, geralmente por unanimidade, para a maioria dos títulos honoríficos, mas essa Lei tem um momento em que ela se executa, se complementa, se objetiva, e até agora ela não se objetivou, que foi o ato de entrega, propriamente dito, do título.

 

O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu acredito que o nobre Ver. João Motta está debatendo outra matéria. O que está em discussão é a data de realização da Semana de Porto Alegre, no dia 25 de março, cujo aniversário é no dia 26 de março.

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Motta mantém-se dentro do assunto em tela.

 

O SR. JOÃO MOTTA: Sr. Presidente, estamos discutindo a proposta de resolução da Mesa de fazer uma Sessão Solene referentemente à Semana de Porto Alegre. Estou concentrando a minha fala no ato jurídico regimental da Mesa de ela ter tomado a iniciativa, e não o Vereador,  de propor a presente Sessão Solene. Porque a grande maioria de nós, Vereadores, talvez pela existência de uma norma regimental, estaríamos impossibilitados, porque já encaminhamos esse Requerimento. Portanto, eu encaminho favorável à presente Resolução, também verificando se a Mesa teria ou não condições de resolver as outras situações a partir dessa iniciativa que ela está tomando. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE:  O Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Eu ia fazer um Requerimento, mas o faço aqui da tribuna neste momento. Como vamos ter uma Sessão Solene em uma data extremamente importante, que vai comemorar a Semana de Porto Alegre, eu sugiro a V. Exa. que aproveitemos essa Sessão Solene para fazer a entrega de alguns títulos, porque, afinal de contas, as pessoas que são homenageadas através de títulos de cidadão aqui, na Câmara, são aquelas pessoas escolhidas por nós, Vereadores, que somos representantes da sociedade, como aqueles que mais se destacaram na sociedade, dentro das suas funções, dentro de suas atividades. Eu acredito que caberia, dentro dessa homenagem, a entrega desses títulos, homenageando essas pessoas, e, através da homenagem a essas pessoas, complementar essa homenagem que nós faríamos a Porto Alegre  em uma Sessão que eu acredito seria mais completa. Eu só fico na dúvida se daria  tempo para se preparar os convites todos para que essas pessoas, esses cidadãos pudessem ser convidados para virem aqui receber seus títulos. Eu acho que poderíamos resolver esse problema levantado pelo meu amigo Ver. João Motta, aqui da tribuna, e também discutido pelo Ver. João Dib, fazendo com que as pessoas que ainda não têm  data para receber o título pudessem,  na semana de Porto Alegre, recebê-lo. Estou propondo que isso aconteça na própria Sessão Solene de homenagem a Porto Alegre porque essas pessoas, afinal de contas, fazem parte de Porto Alegre e, de acordo com os Vereadores da Casa, são algumas das pessoas mais notáveis, pois estão sendo dignas de receber títulos. Eu proponho que seja feita a entrega exatamente nessa Sessão que seria, realmente, muito especial. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)   

 

O SR. PRESIDENTE: Eu gostaria de esclarecer  que o Requerimento do Ver. Luiz Braz será discutido  pela Mesa. A princípio, conversando com o 1º Secretário, chegamos  ao entendimento de que uma  Sessão Solene especial durante a Semana de Porto Alegre, para entrega de título, seria muito interessante, mas não na Sessão Solene da Semana, que tem um caráter muito abrangente e poderiam tornar-se conflitantes os interesses da Sessão.

 

O SR. GERSON ALMEIDA (Requerimento): Sr. Presidente, posto que esta questão, pela sua importância, tem sido objeto de vários pronunciamentos neste  Plenário, eu queria  requerer ao Presidente que convocasse, desde que com anuência dos demais Líderes, uma reunião da Mesa com as Lideranças para que, definitivamente, chegássemos a um acordo sobre um procedimento geral nessas questões de Sessões Solenes e o uso do Grande Expediente, para que víssemos se há maturidade para renormatizar a questão, quem sabe até chegando a um acordo em relação a uma grande Sessão Solene para entrega de títulos para engrandecimento da Câmara.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa recebe  o Requerimento do Ver. Gerson Almeida, mas esclarecemos que a reunião de Lideranças e Mesa, para tratar desse assunto, já aconteceu, conforme havia sido combinado, e que foi encaminhado o assunto no sentido em que V. Exa. coloca no seu Requerimento. O assunto foi discutido e várias sugestões foram anotadas, mas, em função do tempo, não houve resposta a este Plenário. De qualquer  forma, foi feita a reunião e estavam presentes a maioria dos Líderes , a maioria da Mesa e, pela Bancada do PT, estava presente o Ver. Guilherme Barbosa. Não sei se V. Exa., Ver. Gerson Almeida, sente-se esclarecido.

 

O SR. GERSON ALMEIDA: Sim, Sr. Presidente, eu me sinto esclarecido.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento assinado pela Mesa, que propõe uma Sessão Solene em comemoração à Semana de Porto Alegre. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

 

O SR. JOÃO DIB (Requerimento): Sr. Presidente, o debate havido me sugere que se faça uma reunião da Mesa com as Lideranças, porque, na Presidência do Ver. Luiz Braz, foi feita uma Sessão Solene no Teatro São Pedro, no Dia Internacional da Mulher, quando foram entregues oito títulos a mulheres. Naquela ocasião não falaram todos os Vereadores, poucos falaram. Nós poderíamos ter, na Semana de Porto Alegre, uma Sessão dessas em que se faria a entrega dos títulos. Teríamos que debater este assunto com as Lideranças. Poderíamos ter mais de uma Sessão ao  longo do ano em datas a serem estudadas pela Mesa e Lideranças.

 

O SR. PRESIDENTE: Há coincidências nos Requerimentos do Ver. Gerson Almeida, do Ver. João Dib e da própria Mesa. Quando eu falei ao Ver. Gerson Almeida que já tinha acontecido a reunião, não foi para dizer que não poderia haver outra. Nós aceitamos plenamente o Requerimento do Ver. Gerson; só queremos esclarecer a questão  sobre o adendo do Ver. João Dib. Parece muito interessante que essa Sessão se realize com cerimônia, com  pompa, em um local tão interessante quanto o Teatro São Pedro. Então, nós vamos escolher o momento para essa reunião da Mesa com as Lideranças, mas já pensando em formas de resolver o encaminhamento com relação ao local.

Requerimento de autoria do Ver. Antonio  Hohlfeldt, que solicita seja o período de Grande Expediente da Sessão Ordinária do dia 13.08.97 destinado a homenagear os 25 anos da ULBRA, Universidade  Luterana do Brasil.

Em votação. O Ver. João Dib está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu já havia dito que votaria contrariamente a todos os Requerimentos que pretendessem o Grande Expediente para homenagear essa ou aquela entidade.

Nós podemos, sem dúvida alguma, fazer Sessões Solenes às terças e quintas-feiras, e nada nos impede de que seja feita uma sessão às 3, outra às 7 horas da noite. Poderíamos fazer três sessões na terça-feira, três sessões na quinta-feira, e nós saberíamos quem é que, realmente, quer homenagear.

Esta semana nós tivemos uma Sessão de Homenagem ao Dia Internacional da Mulher de três horas! Três horas de Sessão para, depois, nem a Pauta ser discutida.

Então, eu proponho, no mínimo, que se faça na terça ou quinta, como já falei, mas, se o Plenário desejar que seja feita essa homenagem - porque vinte e cinco anos da ULBRA é importante -, que apenas o autor da proposição fale em nome da Casa. Se assim for, voto favoravelmente, mas, se for para todos os nove partidos se pronunciarem, vou votar contrariamente, porque não dá para continuar o que aconteceu no ano passado, quando não conseguíamos resolver os problemas da própria Cidade, não podendo debater coisa alguma, porque tínhamos que fazer sessões no Grande Expediente e víamos o Plenário se esvaziar. Então, que se faça isso em uma Sessão Solene, para que não haja problema. É  melhor que passemos para um dia normal, terças ou quintas, em uma Sessão Solene, o que terá um caráter  mais bonito até, e não  vai acontecer o que ocorreu na segunda-feira, em que houve três horas de  pronunciamento, pensando-se que as mulheres se deixariam levar pelas belíssimas palavras pronunciadas por todos os Vereadores que ocuparam a tribuna, mas que não sensibilizaram aquelas pessoas que tiveram que ficar sentadas por três horas, ficando cansadas, esgotadas. Aos poucos, o Plenário ficou vazio e, ao final, os Vereadores falaram  para poucas pessoas. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Adeli Sell está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu estive dialogando com o nobre proponente, Ver. Antonio Hohlfeldt, sobre essa questão, inclusive na linha do Ver. João Dib. Nós gostaríamos de encaminhar a possibilidade da retirada desse pedido, neste momento, pelo Vereador - evidentemente é da sua alçada - e de fazer um acordo, aqui, para que, imediatamente, pautássemos isso em uma reunião da Mesa com as Lideranças. Talvez fosse o caso de manter terças e quintas-feiras. São Sessões importantes. Ontem nós vimos, aqui, que é importante a nossa participação; isso faz parte do nosso trabalho de Vereador. Talvez seja o caso de discutir uma Sessão Solene para cada Vereador por semestre. Isso dependerá de um diálogo  das Lideranças com a Mesa Diretora da Casa para ordenar os trabalhos aqui dentro. Eu faria um apelo ao Ver. Antonio Hohlfeldt para discutirmos essa questão. Nessa linha utilizaríamos o Grande Expediente para debater leis e questões de fundo de nossa Cidade, do nosso País, do interesse da coletividade, e usaríamos, então, os Grandes Expedientes das terças e quintas-feiras, abrindo essa possibilidade de negociação, para que os Vereadores pudessem ter um pedido por semestre. É a nossa proposição, pelo menos para iniciar esse debate. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Nereu D'Ávila está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. NEREU D'ÁVILA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, sigo na mesma linha de raciocínio; devemos racionalizar essa questão. Na reunião de Mesa com as Lideranças, em que tratamos desse assunto, não chegamos a uma conclusão, porque pedimos ao Setor de Relações Públicas que nos informasse, exatamente, quantas Sessões teríamos durante o ano e se seria possível esse tipo de Sessão Solene, ocupando espaços, nas quintas e terças-feiras, ou no Grande Expediente e Comunicações.

Quero me reportar que, no Grande Expediente e nas Comunicações, a proposta que direciona a que o proponente apenas fale é razoável. Por quê? Porque o Grande Expediente pode tirar-nos uma tarde toda de trabalho: da Ordem do Dia, de votação de projetos e de outras questões pertinentes à Casa. Pode. Às vezes, não acontece assim. Agora, o que diferencia a Sessão Solene é que ela é feita especialmente para o evento da homenagem. Então, salvo compromisso de um Vereador ou outro, há tempo disponível, porque, normalmente, as Sessões  Solenes são às 17 horas e,  quando a pauta está muito carregada, há outra Sessão às 19 horas. Em duas horas, dá uma perfeita Sessão Solene. Ontem, por exemplo, falaram as nove Bancadas e foi muito bom, porque houve um enfoque multifacetado pelo modo como cada Vereador via a situação da homenageada: ontem, a Rádio Gaúcha. Às 18h45min, a Sessão estava encerrada e começou às 17h20min: então, foi menos de uma hora e meia de duração. A minha posição é a seguinte: que nas Sessões Solenes, quem quiser falar fale, não há problema; acho até que se várias pessoas falarem prestigia mais o homenageado. Agora, na questão do Grande Expediente das Comunicações, creio que nós não podemos interromper o nosso trabalho normal. O Ver. João Dib referiu  que, no Dia Internacional da Mulher, ocupamos três horas do Grande Expediente, mas não havia matéria importante a ser discutida.  Na segunda-feira próxima, por exemplo, haverá diversos Vetos, o que ensejará uma discussão prolongada; nesse caso, creio que não é razoável que fiquemos praticamente a tarde toda homenageando alguém, por mais importante que seja. No caso do Grande Expediente e Comunicações, acho que apenas o proponente deve falar em nome da Casa. Ou façamos um rodízio de três Bancadas a cada Sessão por mês ou bimensal, ou seja, se no primeiro mês fala o PT, PDT e o PSB, por exemplo, que não são os autores, fala o autor e mais três Bancadas, correto? Porque o Grande Expediente são oito minutos. Então, nesse sentido é que nós estamo-nos encaminhando para uma solução que resguarde os nossos trabalhos e não nos percamos em saudações que já estão mais do que feitas e apenas os oradores se substituem na tribuna para uma repetição completamente dispensável. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu não pretendia fazer uso da palavra, mas tinha uma certa preocupação na hora da votação deste processo, porque, quando nós votamos processos anteriores, e esta série começou com um Requerimento do Ver. Nereu D'Ávila, se não me engano, eu me dava conta de que o meu processo tinha praticamente a mesma data dos demais e, por uma questão de tramitação burocrática, acabou chegando um pouco depois. E o risco que se corre, não apenas eu, mas qualquer outro Vereador que ainda não teve Requerimento desse tipo aprovado, é de que o Plenário acabe tratando discriminatoriamente um e outro Vereador e isso, realmente, é complicado. Por outro lado, eu sou extremamente sensível à preocupação de todos os Vereadores de que a gente não possa superlotar estes tempos, porque eles são importantes para o trabalho e para o pronunciamento político.

Em todo caso, Ver. Nereu D'Ávila, acho que a Sessão de ontem foi uma coisa muito específica pela data em si, mas o Grande Expediente é uma coisa que não me preocupa tanto por um motivo muito simples: só falam aqueles  inscritos em Grande Expediente ou tempos cedidos. Então, na verdade, não excede nada. Quem já está no Grande Expediente é opção, porque já aconteceu, logo na nossa primeira Sessão, de eu não querer falar. Até cedi o meu tempo, e a Vera.  Anamaria Negroni não queria falar, cedeu seu tempo, mas não excedemos o número de inscrições nem o número de tempo. Não prejudicamos a Sessão.  Estou de pleno acordo com que se faça uma discussão sobre isso e lamento que no dia da reunião da Mesa com as Lideranças isso não tenha sido possível. O que eu queria contrapropor aos Srs. Vereadores, porque acho que envolve uma instituição importante como a ULBRA - não é todo dia que uma universidade faz 25 anos -, é que se votasse e se aprovasse a idéia da homenagem tal como está redigida no Requerimento do Grande Expediente, e  me comprometo formalmente, feito o acordo da nossa próxima reunião, a fazer a adaptação necessária. Se entendermos de manter o Grande Expediente, fica como está. Se entendermos que vamos transformar em duas Sessões Solenes, uma por semestre para cada Vereador, troca-se a data. Faz-se um encaminhamento no interior do processo. O que eu teria uma certa preocupação é que isto poderia ter repercussão de estarmos retirando o processo que discute a homenagem para a ULBRA, não seguremos mais essa informação e ela saia atrapalhada e vá complicar ao invés de ajudar. Os Vereadores sabem que tenho a tradição de juntar essas propostas diferentes: de aprovarmos os Requerimentos e eu assumo, com a responsabilidade da Liderança do PSDB, de que, feita a reunião das Lideranças, faça-se a adaptação. Ao invés de ser um Grande Expediente, será uma Especial ou Solene. Vamos trocar a data. Vai ser um dia a mais ou a menos. Tenho a preocupação de que se vá manter naquela semana, porque a ULBRA incluiria na Sessão Solene mais comemorações oficiais. Acho que  isso é uma honra para esta Cassa. Nesse sentido, faço o encaminhamento acatando plenamente todas as questões levantadas aqui. Somo-me a essa preocupação, e não é de hoje, pedindo vênia para que não haja um tratamento discriminatório e deixando clara a minha posição de fazer posteriormente. Aprovamos a idéia  da homenagem e depois fazemos o acerto da data em tempo hábil.

Outra questão que me parece que vai nascer automaticamente é que também agora, no mês de março completa 25 anos o curso de Turismo da FAMECOS da PUC, e eles já fizeram contato comigo solicitando formalmente que a Câmara também faça um registro dessa data. Inclusive, depois, quero conversar com a Mesa sobre como poderíamos viabilizar, Ver. Adeli Sell, aluno do curso, porque acho que 25 anos de um curso, um dos quatro únicos cursos existentes no Brasil, é também uma coisa sobre a qual Porto Alegre e a Câmara têm que fazer um certo registro. Não precisa ser eu para encaminhar. Penso que, porque sou professor, lá fui procurado, ou seja, se a minha cota esgota, eu procuro outro Vereador. O que interessa é que a Casa faça a homenagem - me sentiria satisfeito com isso. Acho que essas instituições precisam, merecem, e nós precisamos dar esses espaços para que elas aqui estejam presentes, porque essa é a nossa maneira de relacionamento com as instituições como tal. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.) 

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Gilberto Batista para encaminhar.

 

O SR. GILBERTO BATISTA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o encaminhamento que faço hoje pela Bancada do PFL é no sentido de que esse Requerimento do nobre Ver. Antonio Hohlfeldt seja  votado favoravelmente. E após  esse Requerimento ser aprovado, essa homenagem feita à ULBRA, espero estar nesta Casa por diversas vezes para tratar de assuntos referentes realmente a Porto Alegre. Espero que seja reformulado o Grande Expediente. Quero também fazer coro ao Ver. Nereu D'Ávila no sentido de que aquela pessoa que fizer a proposta fale em nome da Câmara Municipal. Se não for assim, que haja uma divisão por partidos que possam usar a palavra - dois, três partidos em cada Grande Expediente. Participei da homenagem ao Dia Internacional da Mulher e não quis fazer uso da palavra e a passei para o Ver. Carlos Garcia. Foi muito demorado o Grande Expediente. Sou novato na Casa, mas acredito que a Câmara Municipal de Porto Alegre tem que ver assuntos pertinentes à população de Porto Alegre. Do contrário, meu mandato vai ser para falar em Grande Expediente e Sessão Solene. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

A Mesa apregoa uma Moção de Repúdio, de autoria da Vera. Anamaria Negroni, à proposta do Governador de Estado pela discriminação imposta às mulheres no projeto de remodelação do Instituto de Previdência do Estado.

Em votação. O Ver. Pedro Ruas está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. PEDRO RUAS: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. A Moção de Repúdio encaminhada pela Vera. Anamaria Negroni, com assinatura de vários e vários Vereadores, tem o nosso integral apoio.

A Vera. Anamaria Negroni tem demonstrado, desde o início do seu mandato, condições importantes para que se afirme como um Parlamentar efetivamente presente nas questões mais importantes da nossa cidadania.

Esta Moção tem para todos nós a idéia de reposição de justiça ou protesto contra a manutenção da injustiça. Ao que tudo indica, pelo processo que V. Exa. analisou, a injustiça permanece, e por isso o nosso protesto através de uma medida inteligente e corajosa de V. Exa. Inteligente, porque é o momento adequado; corajosa, porque sabemos que V. Exa. integra um partido que está na coalizão do Governo do Estado. O partido de V. Exa. integra a aliança que comanda o Sr. Antonio Brito e essa aliança que encaminha esse projeto à Assembléia Legislativa.

Por isso receba, Vera. Anamaria Negroni, os nossos cumprimentos e o nosso apoio à Moção de Repúdio, que é um protesto contra a injustiça e, partindo de V. Exa., é inteligente e é corajosa. Muito obrigado.

 

(Não  revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, gostaria de cumprimentar minha colega de Bancada, Anamaria Negroni, endossando as palavras do Ver. Pedro Ruas, pois pela felicidade de sua atitude, faz com que todos nós, praticamente a unanimidade desta Casa, assinemos uma Moção de Repúdio à proposta do Projeto de Lei do Executivo Estadual, de nº182, que prevê no seu artigo 20, §1º, que o IPE só prestará benefício e serviços ao cônjuge  ou companheiro se houver contribuição específica.

Isto é uma atitude discriminatória, preconceituosa, a qual todos nós devemos repudiar. Por outro lado, tenho certeza absoluta de que o Executivo Estadual vai perceber esse erro crasso, esse encaminhamento errado e incompatível com os foros de cidadania e despreconceituação que a sociedade está tentando fazer, neste momento, em torno daqueles que foram discriminados historicamente - as minorias, as mulheres, os negros e tantas outras formas de discriminação. Existe um trabalho de um psiquiatra italiano que mora no Brasil, Contardo Caligaris, que diz o seguinte: nós ainda temos, em nossas relações sociais, um grande resíduo escravista. Nós temos em nossas relações sociais grandes resíduos  de discriminação. E, na medida em que o mundo vai progredindo tecnologicamente, vai abolindo essas formas inaceitáveis por qualquer foro de civilidade. Por isso, pela felicidade do Projeto, mas, principalmente, na esperança de que o Executivo Estadual olhe para dentro de si e, fazendo um "insight" adequado, perceba o erro e o corrija, nós estamos assinando esta Moção de Repúdio porque, nos dias de hoje, quando estamos com os pés na Era de Aquários, nós não podemos mais aceitar, em hipótese nenhuma, qualquer tipo de ignomínia, qualquer tipo de opróbrio. E a nossa luta vai ser sempre por isso. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Renato Guimarães, pelo PT, para encaminhar.

 

O SR. RENATO GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a Bancada do PT encaminha a favor da Moção da Sra. Vera. Anamaria Negroni. Entendemos que o Governo do Estado, na tentativa de diminuir a injustiça aos companheiros, aos maridos de servidoras estaduais, acabou por cometer injustiça maior ainda, porque trabalhou com a questão cultural de que o homem, o companheiro não pode, não deve ser dependente da mulher.

Portanto, o Projeto de Lei do Executivo Estadual tem, no seu conteúdo, um ato de discriminação, porque trata a questão da dependência como algo específico da mulher. Só a mulher pode ser dependente do homem. O homem, o companheiro, o marido não pode ser dependente da mulher.

Por isso a Bancada do PT encaminha favorável à Moção da nobre Vereadora. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Carlos Garcia para encaminhar.

 

O SR. CARLOS GARCIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nós, em nome do Partido Socialista Brasileiro, gostaríamos de cumprimentar a nobre Vera. Anamaria Negroni pela iniciativa.

Realmente, eu me lembro que, na quarta-feira, por ocasião do Dia Internacional da Mulher, durante o Grande Expediente, quase no final da minha fala, dizia: "estamos no fim do milênio, daqui a poucos anos a humanidade entrará, a partir do ano 2.000, neste novo milênio, vivendo a oportunidade de conquistar com plenitude a condição real de igualdade e, dessa forma, teremos justiça social, pois os homens e as mulheres lutaram em condições iguais contra a ignorância, a fome, o desemprego e o subdesenvolvimento”. Mas não é isso o que nós estamos vendo aqui hoje. Estamos vendo que a igualdade de gêneros não existe, os preconceitos são cada vez maiores. O Ver. Pedro Ruas foi muito feliz quando colocou o ato corajoso, mostrando que a Vereadora não é submissa ao que está sendo feito neste Governo. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Inicio onde encerrou o Ver. Carlos Garcia. O Ver. Pedro Ruas tinha razão no seu pronunciamento, quando disse que a Vera. Anamaria Negroni procurava  retirar a injustiça ou fazer justiça. Está absolutamente certa. Eu vou votar favoravelmente à idéia da Vera. Anamaria Negroni. Claro que não vou concordar com o pronunciamento do PT, até porque temos na Prefeitura  o Montepio, que se rege exatamente sob esse aspecto. A mulher não deixa nada para o seu esposo, para o seu companheiro ou para quem seja. Não há pensão. Claro que tudo isso é um cálculo atuarial, por isso não se deve fazer crítica, mas coloca muito bem a Vereadora, quando vai forçar que se reexamine a questão e não, pura e simplesmente, que se adicione uma taxa ao cônjuge. Mas quando se fez o estudo no IPE que é mais antigo, 90% dos servidores estaduais eram do sexo masculino. Hoje, me parece, é metade por metade. A mesma coisa ocorre na Prefeitura. Há cerca de 34 anos se criou o Montepio, na administração Loureiro da Silva, e, naquele momento, cerca de 805 dos servidores municipais eram do sexo masculino. Na realidade, o grande mérito é levantar este problema, que também deve ser  estudado na Prefeitura. O Montepio foi instituído pela Prefeitura, e ele não pode fazer nada se a Prefeitura não concordar. Por isso a Prefeitura deve propor as alterações, como propôs no ano passado o percentual de contribuição. Realmente, é oportuna e interessante a proposição de repúdio, para que nós repudiemos o Projeto. E isto forçará, por certo, que seja estudado, e é o primeiro passo para estudos em outras áreas municipais e federais. Estamos no bom caminho. O Ver. Pedro Ruas está absolutamente certo. Há uma injustiça: ou que se retire a injustiça, ou que se faça justiça. Aplausos à Vera. Anamaria Negroni. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O  SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Gilberto Batista está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. GILBERTO BATISTA: Sr. Presidente, Sr. Vereadores. Não subiria a esta tribuna novamente, mas um Vereador desta  Casa alegou, minutos atrás, fidelidade partidária. Venho aqui, em nome da Bancada do PFL, dizer que no meu princípio político de ação, não está incluída a fidelidade partidária, porque há um erro do Senhor Governador em discriminar os homens - nós falamos tanto no Dia Internacional da Mulher, que vai até 08 de março, sobre a discriminação. Minha esposa é funcionária pública e eu não tenho direito ao IPE. Nós estamos sendo discriminados. Vale lembrar e agradecer ao nobre e experiente Ver. João Dib, que levantou que a Prefeitura de Porto Alegre, através do Montepio, tem o mesmo problema. Eu convocaria os companheiros das mulheres que são da Prefeitura a, também, tentar fazer um pedido de reformulação junto à Prefeitura  sobre  esse assunto. Acho que o Governador do Estado, conforme foi dito pelo nobre Ver. Pedro Ruas, quis  fazer justiça - não sei onde - e está acabando de fazer uma grande injustiça - eu sou um desses injustiçados -, propondo esta lei para a Assembléia Legislativa. A Bancada do PFL, sem sigla partidária, porque eu não vim aqui por interesse da coligação do PMDB, juntamente com o PFL e PSDB, vota totalmente favorável à Moção da Vera. Anamaria Negroni. Quero parabenizá-la e dizer que fico grato por levantar esse assunto de tamanha preocupação. A senhora realmente é uma pessoa feminina, e não está em jogo aqui o machismo do gaúcho. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Luiz Braz  está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Na verdade, quando li a Moção fiquei mais inclinado em não assinar por um motivo muito  simples: o Projeto que foi encaminhado para a Assembléia Legislativa obedeceu, como disse o Ver. João Dib desta tribuna, o cálculo atuarial. Sem isso é impossível qualquer instituição, como é o caso do IPE, ter sobrevivência.

Mas, mais do que isto, esta Moção encaminhada pela Vera. Anamaria Negroni, que assinamos e vamos votar favoravelmente, não é, na verdade, contra o Projeto que foi enviado para a Assembléia Legislativa pelo Governador Antônio Britto. Esta Moção é contra todos os administradores do Estado, aqueles que já passaram pelo Estado. Porque as normas do IPE não mudaram de há muito. E este Projeto enviado para a Assembléia Legislativa obedece exatamente as mesmas normas que estão contidas atualmente no estatuto do IPE.

Então, esse repúdio é contra os partidos todos, administradores, que  ocuparam o Palácio do Governo - o PDT, o PPB, o PFL -, todos os partidos que estiveram lá, porque essas regras não mudaram, são as mesmas. E a discriminação - temos que aproveitar essa oportunidade, e as mulheres fazem muito bem isso nesta Semana da Mulher - não a entendo como sendo contra a mulher, mas contra o homem. Porque quem vai ter que pagar uma taxa extra para ser atendido é o companheiro, marido, esposo. Então, a discriminação não se faz contra a mulher; faz-se contra o homem.

Mas acho que a idéia de se repudiar essa forma de discriminação, seja ela qual for, é válida, muito embora a redação do texto, no meu modo de entender, pelo menos, deveria ser outra. Por isso, no início, titubeei antes de assinar a Moção. Mas, depois, resolvi, como outros Vereadores que já vieram à tribuna falar sobre esse tema, apoiar a idéia, porque, afinal de contas, tem que se igualar homens e mulheres em nossa sociedade. Mas o repúdio é contra os homens e não contra as mulheres. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Vera. Anamaria Negroni está com a  palavra para encaminhar como autora.

 

A SRA. ANAMARIA NEGRONI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Primeiramente, tenho que agradecer ao nobre Presidente da Casa que me  propiciou a entrada, ainda nesta data, dessa Moção. Agradeço, também, a todos aqueles que aqui se pronunciaram apoiando a nossa Moção. Faço minha a manifestação do Ver. Pedro Ruas, somada às do Ver. João Dib e do meu colega Cláudio Sebenelo, dentre outras. Mas não posso concordar com o que foi colocado aqui pelo nobre colega Ver. Braz.  Realmente, Vereador, a discriminação nós vemos contra a mulher, porque é a mulher servidora que está  sendo discriminada, não o homem servidor. A mulher não está tendo condições de deixar para seu parceiro, para o seu marido, para o seu companheiro, para os seus filhos pensão ou atendimento médico, como o homem, como o servidor deixa para a sua companheira.

Lembro, aqui, que a bancada governista estadual discorda da afirmação alegando que não é discriminatória. O Líder do PMDB, José Ivo Sartori lembra, que o marido poderá ter um plano específico, um plano especial como dependente. Mas vejam só se não é discriminatório! Quer dizer, o marido poderá ter um plano especial, sendo que a mulher não precisa ter um plano especial! É realmente contraditória essa alegação. Acredito que ele não pensou muito bem quando fez essa declaração para o jornal. O Governador dará posse, amanhã, à Secretária Geral do Governo, Sra. Janice Machado. Ele  estará fazendo, no Dia Internacional da Mulher, a  homenagem à mulher com esse ato. No entanto, discrimina, quando entra com esse Projeto de Governo. Como disse bem o Ver. Luiz Braz, a Moção, na realidade, não é só contra esse Governo, porque isso já vem de há muito tempo e outros administradores  também não fizeram nada com relação ao assunto. Porém, temos que colocar o nome dele, neste momento, porque é ele que está dirigindo o nosso Poder Executivo Estadual. Nós tivemos que entrar com essa Moção, porque achamos totalmente discriminatória à mulher, à condição feminina, essa medida.

Como é sabido na Casa, somos defensoras dos direitos da mulher, das condições femininas, contra qualquer tipo de violência e discriminação à mulher. Não poderíamos deixar de entrar com essa Moção, mesmo que seja contra o Governo do qual fazemos parte, como coligação, como representa o nosso Vice-Governador, Vicente Bogo. Eu espero que o nosso Governador do Estado pense um pouco a respeito disso e venha a modificar esse Projeto. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Em votação Requerimento do Ver. João Carlos Nedel, que requer que a Mesa Diretora não meça esforços para que, no prosseguimento dos trabalhos da Comissão Técnica Especial da Câmara, sejam agendadas reuniões para troca de informações desta Comissão com os técnicos da Secretaria do Planejamento Municipal, autores do Projeto e da sua reformulação, para uma melhor integração e agilização da futura tramitação do PPDUA nesta Câmara.

Em votação. O Ver. Clovis Ilgenfritz está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. CLOVIS ILGENFRITZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu gostaria de esclarecer que, em reunião que tivemos, no momento em que o Secretário do Planejamento Newton Burmeister, acompanhado da assessora, arquiteta, urbanista e de engenharia do Prefeito, Lenora Alencastro, vieram trazer o Requerimento de retirada do processo  do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano, colocaram-se à disposição exatamente  para fazer um trabalho inclusive durante o tempo em que a Prefeitura estará encaminhando algumas modificações no Projeto original. Como colaborações desta Casa já estarão sendo incorporadas e eles estariam interessados em fazer essas  reuniões entre os nossos técnicos, com a participação do Planejamento e de outros órgãos da Prefeitura, eu gostaria de dizer  que isso é um encaminhamento mais do que importante para nós e que estava na proposta do Secretário de Planejamento. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento de autoria do Ver. João Carlos Nedel. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

(Obs.: foram aprovados os demais Requerimentos constantes da Ata.)

 

Passamos ao período de

        

EXPLICAÇÃO PESSOAL

 

O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para uma Comunicação de Liderança.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, uso o espaço de Liderança do Partido dos Trabalhadores para fazer esclarecimentos sobre dois assuntos trazidos pelo Ver. Cláudio Sebenelo, que dizem respeito à saúde e à Secretaria Municipal de Saúde. O primeiro aspecto da fala do Ver. Cláudio Sebenelo referiu-se à nova forma de se ter acesso aos especialistas que a Secretaria Municipal está colocando em funcionamento - uma chamada central de marcação de consultas - e o Vereador questionou o fato de o material de propaganda não trazer o telefone para que o cidadão possa acessar essa central. Ver. Sebenelo, de certa forma, fiquei surpreso, porque V. Exa.  é um médico competente, dirigiu um grande complexo hospitalar no Município. O que se quer é exatamente isto: que o primeiro  estabelecimento que o usuário vá procurar é um posto da rede básica. Ele não vai poder sozinho decidir se está precisando de um oftalmologista ou de outro profissional para resolver a sua dor de cabeça, que pode ter várias origens. Ele se dirige, em primeiro lugar, a um estabelecimento básico de saúde, é examinado pelo profissional e esse  profissional é quem vai dizer se o paciente precisa ou não de  um especialista. Nós sabemos que a maioria dos assuntos que são levados  ao posto são resolvidos ali, sem a necessidade de acessar um serviço mais especializado. A intenção é exatamente essa para otimizar o sistema de saúde no Município.

Com relação à outra questão de que a  Secretaria estaria retendo recursos do repasse aos hospitais, há duas questões: os hospitais questionam um atrasado de cinco milhões. Um  jornalista mal-intencionado, nesta manchete , afirma que a  Secretaria está desviando recursos, o que nós repudiamos terminantemente. Os hospitais dizem que a Secretaria deve recursos de agosto até outubro do ano passado, porque teria modificado o teto de atendimento sem comunicar aos estabelecimentos. Isso não é verdade. Temos documentos para provar que, desde que houve a municipalização dos serviços de saúde, os estabelecimentos de saúde de Porto Alegre sabiam  dessa modificação, tanto que a Secretaria  Municipal de Saúde não reconhece essa dívida de três meses. Em segundo lugar, que nós estaríamos retendo recursos do sistema financeiro. Vamos  esclarecer isso também. O Ministério da Saúde tem que repassar os recursos em dias diferentes, não mantém regularidade no repasse de 17 milhões para Porto Alegre. Para dar uma idéia, em janeiro, repassou no dia 23. Os recursos chegaram no dia 07. Então, não há irregularidade nenhuma. Portanto, essa afirmação de que chegam no mesmo dia e de que a Secretaria estaria aplicando os recursos não é verdadeira. Em  terceiro lugar, os hospitais já  estão com janeiro pago, a Secretaria se preparando para pagar fevereiro. Os outros municípios, que não estão na fase semiplena da municipalização, estão agora recebendo janeiro, quando aqui já receberam há bastante tempo. Em quarto lugar, a questão do repasse de 40% ou 70%. Isso é uma avaliação que se faz de uma Portaria do Ministério. A Secretaria tem uma avaliação. E mais, Ver. Cláudio Sebenelo: eu não conheço setor nenhum  da Administração Pública que repasse mais do que 40%, e é isso que a Secretaria tem repassado para os hospitais. Repassar e adiantar mais do que isso é correr risco de, posteriormente, quando se tiver a relação do serviço, ter que se fazer um número de estornos daquilo que já tinha sido adiantado.

Portanto, Ver. Cláudio Sebenelo, eu posso dizer que o procedimento em Porto Alegre, ao invés de receber críticas, deve ser elogiado. O Ministério Público está agindo corretamente. Haveria possibilidade de uma irregularidade e nós vamos responder com tranqüilidade.

Por último, quero comunicar que o Secretário da Saúde, Ver. Henrique Fontana, na próxima quarta-feira, estará nesta Câmara trazendo de viva voz todas as informações. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra em Comunicação de Liderança, pelo PPB.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o Partido dos Trabalhadores, que é contra os trabalhadores, tem explicação para tudo. No caso  da Central de Consultas, o Ver. Henrique Fontana, Secretário da Saúde, disse que implantaria um serviço que vai ser excelente. Eu acredito nele, mas por enquanto ainda não o é.

Eu tenho aqui o jornal Correio do Povo de hoje, onde um médico, Dr. Armando Azambuja, diz que para marcar uma consulta com o oftalmologista demora dois meses e, quando elas são marcadas, alguns pacientes já desistiram de esperar. Portanto, a notícia trazida pelo Ver. Cláudio Sebenelo tem base. Ainda não é aquele serviço que sei que o Ver. Henrique Fontana deseja. Quanto à notícia do dinheiro do SUS não passar para os hospitais, o único erro que cometeu o jornalista Barrionuevo é de dizer que a Secretaria Municipal de Saúde investe no sistema financeiro. A história petista mostra que eles gostam de investir no sistema financeiro e que são contra os trabalhadores. Vou nominar alguns fatos. Em janeiro de 1990, eu até cheguei a fazer um pedido de "impeachement" do Prefeito Olívio Dutra. Não consegui. Mas um fato eu consegui. O Prefeito dizia  que precisava de setenta milhões de cruzeiros para pagar o funcionalismo no mês de janeiro, até o dia trinta e um, como preceitua a Lei Orgânica. Ele dizia que não tinha dinheiro. Então, estabeleceu vários dias do mês de fevereiro para pagar: uma parte no dia cinco, outra no dia oito, outra no dia quinze etc. Eu afirmava que ele tinha o  dinheiro, mas como Deus protege os inocentes, que são os trabalhadores da Prefeitura, no caso, alguém faz um investimento no Banco do Estado de São Paulo de dez mil cruzeiros e a Prefeitura faz um de cento e sete milhões de cruzeiros. Investe cento e sete, dizendo que não tinha setenta. Como os servidores da Prefeitura são protegidos, houve um cruzamento. O depósito de dez mil foi para a Prefeitura e o de cento e sete milhões foi para um amigo meu que me  mandou uma cópia, e eu a mostrei, comprovando que a Prefeitura depositou  cento e sete milhões no sistema financeiro e diz que não tem dinheiro.

Ver. Cláudio Sebenelo, nunca é verdadeiro o que os outros dizem, mas o que o PT diz. Em setembro do ano passado, ou em outubro, o Prefeito ficou vinte e oito dias com o dinheiro da Santa Casa e outros hospitais. Denunciado isso publicamente, eles só disseram que não ficaram. Sempre a mesma coisa! Fiz um Projeto de Lei para mostrar como eles são contra os trabalhadores - na verdade, quem precisa de dinheiro não é o Dr. Cláudio Sebenelo, mas o trabalhador, que precisa de hospital funcionando para ser atendido. Esse  Projeto alterava o Estatuto do Servidor Público Municipal, feito ao tempo em que fui Prefeito, que dizia que o 13º salário poderia ser pago metade em julho e metade em dezembro, até o dia 20, como a Câmara Municipal faz. O municipário está pagando juros de 25% ao mês, e tem gente pagando 45% ao mês no gabinete do Prefeito - fui lá dizer a ele. E ele disse que se pagasse 50% do 13º salário, esses juros seriam escoimados. Ele  disse que falasse com o Secretário da Fazenda. Acho que ele tem boa vontade. O Secretário da Fazenda gosta de investir no sistema financeiro. Tinha 60 milhões de reais para investir no sistema financeiro e não quis dar 30% do 13º salário - que foi a lei que fiz e foi aprovada por unanimidade por esta Casa. Não quis dar os 30%, porque o sistema financeiro dava 1,5 ou 2% ao mês. Agora, o funcionário pagava 9,10,12 e 25% ao mês. Aliás, o Prefeito confirmou que só um pagava 45% ao mês. Casualmente, era o seu motorista que havia sido assassinado. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João  Carlos  Nedel está com a palavra em Explicação Pessoal.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nesta semana que passou, estive numa audiência com o Sr. Prefeito Municipal. Levei a ele a preocupação de que as empresas não estão se instalando em Porto Alegre. Pelo contrário, estão fugindo daqui. E perguntei a ele se concordava com que se estudasse um plano para atração de investimentos, e ele disse que não estava de acordo. Agora, lendo o jornal Folha de São Paulo, leio em título garrafal: "Buenos Aires dá incentivos a empresas". Há atração  para que empresas se instalem em Buenos Aires.  Porto Alegre continuará a ver navios. É uma preocupação nossa, como Vereador, como responsável pelo presente, pelo futuro de Porto Alegre, preocupar-nos  em tomar providências em relação a isso. Eu gostaria, também, de comunicar aos ilustres Vereadores que ontem estive na obra de construção do Santuário Mãe de Deus, no Morro Esperança. Eu gostaria de convidar os Srs. Vereadores para conhecerem aquela obra que é dedicada à padroeira de Porto Alegre, Nossa Senhora Mãe de Deus. O Ver. Adeli Sell também esteve lá e, embora em duas oportunidades diferentes, nós constatamos algumas dificuldades e já estamos, conjuntamente, pedindo providências. Mas reitero o convite aos Srs. Vereadores para que conheçam as obras desse Santuário, que incentivará  muito o turismo em Porto Alegre. Por último, eu gostaria de explicações sobre o assunto que denunciei na semana passada sobre o funcionário da SMOV contaminado com o vírus do HIV, afastado do seu trabalho sem receber salário desde novembro e sem os vales-refeições. Teria sido resolvido, conforme declarações do Secretário Estilac Xavier, pela SMOV. O funcionário seria reintegrado. Também, conforme informações que recebi do ilustre Vereador Líder do PT, Gerson Almeida, o funcionário seria reintegrado. Também, por informações, inclusive, do Secretário Substituto Dr. Damiani, o funcionário já teria sido reintegrado. As  informações que tenho me dão conta do contrário. Então, gostaria de obter estas informações até a semana que vem para que este assunto tão constrangedor seja resolvido.

Eu devo dizer que a minha intenção não é divulgar este fato. Neguei, e demovi a TV COM de realizar um programa específico sobre o assunto, porque não achei que seria ético. Então, só gostaria de receber informações adequadas, corretas sobre a reintegração deste funcionário para que se acabe essa injustiça. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Cyro Martini está com a palavra em Explicação Pessoal.

 

O SR. CYRO MARTINI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, cabe, nesta altura da Sessão, pronunciarmo-nos acerca de um comentário inserido no Jornal Zero Hora, por oportuno, por relevante.

O Jornal, nos seus termos, coloca ser necessária a criação, em Porto Alegre, de uma guarda de trânsito.  A idéia me atrai, acho-a importante e creio que, por aí, devam ser encaminhadas as soluções no futuro sobre o trânsito de Porto Alegre. Tramita, no Congresso Nacional, ora em fase praticamente final - já está pela segunda vez no Senado Federal - o Código de Trânsito Brasileiro. Está praticamente aprovado. Os termos do Código definem atribuições para o Município que ainda estão na alçada do Estado. O Município, por óbvio, deve começar a preparar-se para receber uma carga considerável de atribuições no que concerne ao trânsito, ao tráfego. Hoje, incube à Brigada Militar a tarefa de fiscalizar e de autuar os infratores e, de outra parte, cabe, em Porto Alegre, ao Departamento de Trânsito, ao DETRAN, a missão de aplicar as penalidades normalmente de multa que devem incidir sobre os que cometeram alguma transgressão de trânsito. O Código de Trânsito Brasileiro, praticamente aprovado, transfere grande parte dessas atribuições para o Município. Ao Município caberá, por exemplo, todas as infrações praticadas pelo veículo em circulação, pelo veículo de tráfego, como também caberá ao Município fiscalizar sobre estacionamento irregular, sobre a parada irregular. Por aí, nós vemos que o cotidiano do trânsito vai passar, em breve, para as mãos do Município e, de outra parte, o próprio exercício da fiscalização, não há dúvida, ficará, boa parte dele, nunca menos de 50%, a cargo do Município. E o poder de polícia que acompanha a fiscalização, a autuação, se transfere também para o Município - o que não é novidade quando pensamos em poder de polícia e município. O que há, hoje, é um descuido por parte do Município no que diz respeito ao seu poder de polícia. Há muitos que pensam que o poder de polícia é exercitável apenas pelas instituições policiais. Isso é um grave equívoco em muitos aspectos. Por isso me atrai a atenção quando  um jornal faz tal colocação: a criação de uma guarda de trânsito. Mas a guarda de trânsito seria apenas um aspecto de um todo maior e mais significativo. Não compartilho da idéia ou da intenção dos que apenas pensam em colocar essas atribuições pura e simplesmente dentro de uma Secretaria do Município. Entendo que, a partir do seu relevo e da sua importância, o trânsito deva merecer uma atenção especial e particular da Administração no contexto estrutural e organizacional do Município. Estamos diante da aprovação do novo Código de Trânsito para o País. Por isso, já devemos começar a pensar na melhor solução, porque o Município terá que entrar de corpo e alma nesse campo onde o morticínio, lamentavelmente, é a nota característica do Município de  Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador. )

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Cláudio Sebenelo está  com a palavra em Explicação Pessoal.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quero agradecer a delicadeza com que o Ver. Guilherme Barbosa prontamente respondeu aos quesitos formulados na minha primeira intervenção. Pergunto: se só se tem acesso a um sistema de saúde através de uma senha das redes dos postos de saúde, por que colocar dois telefones, chamando a atenção para um sistema telefônico que atende 30 ligações ao mesmo tempo? Está havendo um descompasso entre o que está sendo apregoado e aquilo que está sendo publicado no "folder" e aquilo que está sendo publicado hoje nos jornais.

O Ver. Guilherme Barbosa disse que o Ministério, quando envia verba, não mantém  a regularidade. Ora, janeiro foi no dia 23, fevereiro  foi no dia 7. Se ele diz que os pagamentos estão em dia, como o Ministério não mantém a regularidade?

O Ver. Guilherme Barbosa disse que o Secretário deveria ser elogiado, e eu elogio publicamente o Secretário como um homem digno, uma pessoa correta, que jamais almejaria benefício pessoal. O mesmo ideal sanitário que ele tem e o Ver. Juarez Pinheiro tem eu também tenho. Eu quero fazer um sistema ordenado de assistência em Porto Alegre. Este é o desejo de toda a população. Isso não está ocorrendo. Por quê?? Porque não há ainda uma rede pública de saúde com consultórios, com médicos de família, organizada. Isso até pode demorar, vai ser um longo processo, um longo tempo; mas longo é o tempo, por exemplo, que o PT está na Prefeitura e não resolveu os problemas da área da saúde. E não adianta dizer que passou de 9 mil para 46 mil consultas. O que não houve foi uma mudança da política de saúde.

Eu queria alertar a Bancada do PT para o fato de que fora do PT existe vida inteligente também.

O PT apresentou uma Moção de Solidariedade a juízes  da AMATRA, da AJURIS, numa pretensa e suposta acusação do Presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, ao Judiciário. O "Jornal do Brasil" de 4 dias atrás informa que, dentro de alguns dias, a Terceira Vara da Fazenda Pública do Rio de Janeiro vai pagar por um terreno, por desapropriação, anexo à Sala Cecília Meireles, 1 milhão e meio de reais. Segundo o advogado, o terreno não vale mais que 300 mil. A diferença é o resultado do descaso da administração do dinheiro público e do caráter "kafkiano" da Justiça brasileira.

Diante da situação insustentável da Justiça brasileira, que está a exigir reformas dos Códigos Penais e seus respectivos Códigos Processuais, espanta a ênfase do movimento promovido pela Associação dos Magistrados Brasileiros, da passeata feita. Ouviram-se muitas reclamações contra os baixos salários, contra o fim da aposentadoria integral, dos juízes vitalícios, mas propostas de soluções para os males que afligem o cidadão, que reclama de justiça, nada! Nada  disso é encampado pelo movimento corporativo, intitulando-se Movimento  Nacional  pela Cidadania e pela Justiça, que não respeita a cidadania que exige mudanças. Nem quer justiça! Quer manter os antigos privilégios! E a isso mandamos, daqui da Câmara, uma Moção de Apoio. Acho que estamos projetando nos outros, muitas vezes, os nossos problemas. E muitas vezes, por que não dizer? Como eu disse em relação ao envio da Moção de Repúdio à proposta do Executivo Estadual. Por que o PT não vem aqui e diz: "Olha, realmente nós erramos!" Vocês já viram alguma vez algum Vereador dizer que se desculpa por um erro? Porque as instituições erram, as pessoas erram, e nós temos o direito, inclusive, de errar. Mas que esse erro não seja permanente, que esse erro seja corrigido. Essa é a nossa função, é a nossa intenção: a correção dos erros. Sem nenhuma conotação pessoal. Agora, sobre qualquer denúncia  que houver, a função do Vereador é fiscalizar, que é o que estamos fazendo. Por isso, agradeço a delicadeza do Ver. Guilherme Barbosa em responder, imediatamente, as questões propostas, mas elas ficam no ar. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Adeli Sell  está com a palavra em Explicação Pessoal.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu já errei! Já reconheci erros! Não tenho soberba de reconhecer as fragilidades que, às vezes, o nosso Partido tem, e as nossas Administrações. Como eu já verifiquei que o Ver. Cláudio Sebenelo, nosso nobre colega, tem muita seriedade em discutir temas tanto municipais, estaduais como nacionais, reputo que a sua intervenção, agora, é uma confusão. Porque o Ver. Cláudio Sebenelo não tem  o direito de nos cobrar certas questões acerca da saúde em Porto Alegre. Ela começou a ser municipalizada em agosto do ano passado, totalmente. E nós sempre tivemos uma preocupação com a saúde pública e nós  nos temos debatido com esta questão em todos os lugares em que somos governo. Estamos trabalhando pesadamente em todos os municípios; já fomos governo em Ronda Alta, considerado um dos exemplos do Estado. Em Santos, um exemplo do Brasil e da América. Porto Alegre está trabalhando muito, porque nós recebemos um sistema  desorganizado e arcaico. Hoje temos que disputar a saúde pública com todo um arcabouço que está sendo montado no País sem nenhuma preocupação do Governo Federal acerca da entrada do sistema privado de saúde, e como há problemas, evidentemente, sempre há espaço para esse segmento.

Nós teremos, Ver. Cláudio Sebenelo, que discutir esta questão da saúde, e aquilo que V. Exa. nos apresentar aqui de carência, de problemas, nós verificaremos imediatamente. Tenho certeza de que o nosso Secretário Municipal virá dar explicações e contribuir, porque ele é oriundo desta Casa e tem um compromisso igual ao de V. Exa. como médico e parlamentar e, certamente, os juramentos, na faculdade, foram os mesmos.

Quero  somar-me ao Ver. João Carlos Nedel e convidar os Senhores Vereadores para visitar  a Cascata da Glória, o Santuário, porque é um dos pontos turísticos mais bonitos de nossa Cidade. Nós vamos assinar um pedido de providências ao Governo Municipal para restaurar a estrada de acesso àquele local. Vamos fazer o possível para levar o Secretário do Meio Ambiente e o Secretário de Obras para ver o local, pois vamos trabalhar para que seja um ponto turístico da Cidade.

Gostaria de dizer que, assim como o Ver. João Carlos Nedel, eu também tenho uma preocupação com a instalação de empresas, porque isso significa empregos. Ontem tivemos uma discussão com um segmento de nossa Cidade sobre a possibilidade de termos um parque temático e um centro de eventos. Porto Alegre precisa ter eventos que não se instalam aqui por falta de espaço. Portanto, estamos preocupados com esta situação e vamos trabalhar nesse sentido, aqui nesta Casa, junto ao Governo Municipal.

Finalmente, quero dizer que me preocupa a matéria de  "Zero Hora" de hoje, chamada "A Cidade Desprotegida". É uma matéria complicada! Primeiro porque ela fala uma grande verdade. Nós temos um problema de segurança em nossa Cidade. Ontem à noite, indo ao Centro da Cidade, dialoguei com algumas pessoas sobre assaltos, arrombamentos havidos no Centro da Cidade e sobre as costumeiras reclamações sobre a falta de policiamento.

Vou fazer um esforço, tomar medidas, como mandar uma carta ao Secretário Eichenberg para iniciarmos um debate sobre a desproteção da nossa Cidade. Mas aqui, infelizmente, não foi dito que o problema da polícia, o problema da Brigada Militar não é  um problema municipal. Se faltar empenho para que a nossa Cidade tenha melhores condições de segurança, cobrem de nós, que estaremos nesta labuta juntos, mas, também, queria contar com a colaboração das Bancadas do Governo do Estado para que juntos batalhássemos para que Porto Alegre não ficasse desprotegida.

Eu espero essa colaboração. Muito obrigado.

 

 (Não revisto pelo orador. )

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Antonio Hohlfeldt em Explicação Pessoal.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quero, em primeiro lugar, fazer um registro aqui: talvez, até por estreantes que muitos Vereadores são, eles acabam gerando uma situação de certo constrangimento com seus companheiros, como ocorreu agora.

Vereadores que se inscreveram para o período das Explicações Pessoais acabam de falar e se retiram do Plenário, o que entendo que seja um desrespeito com seus companheiros que se acham inscritos no mesmo espaço e que dependem, às vezes, da manutenção do quórum.

O Ver. João Dib, que não falou neste período, teve o respeito e o companheirismo de ficar presente, aqui, neste Plenário, para garantir o quórum que permitisse a fala do Ver. João Carlos Nedel, a fala do Ver. Cláudio Sebenelo, a fala do Ver. Adeli Sell, a minha própria. O Ver. Cyro Martini, por exemplo, falou e saiu. Acho que isso realmente gera, às vezes, certos constrangimentos de convívio porque, Ver. Guilherme Barbosa, eu acho que nós temos procurado sempre fazer essas coisas de comum acordo, com respeito ao convívio que todos nós temos aqui na Casa.

Isso não é crítica, como eu disse no início do período, mas acho que é importante que tenhamos esse convívio harmônico porque vamos estar aqui durante quatro anos.

Quero também dizer, em relação às cobranças que o Ver. Cláudio Sebenelo está fazendo, em primeiro lugar, que a indagação é: por que só depois de oito anos de administração municipal se começou de fato a mexer nessa questão, quando se poderia ter começado isso bem mais cedo? Essa é uma questão! Esse é um desafio.

Em segundo lugar, eu queria lembrar ao Ver. Adeli Sell, cuja seriedade eu realmente assino embaixo - o Ver. Adeli Sell tem sido uma das pessoas que eu mais tenho admirado ao longo desses anos -, se Ronda Alta, Ver. Adeli Sell, foi modelo na primeira administração, quero que V. Exa. leia o relatório do novo Prefeito que sucede a segunda administração do PT que, aliás, está sendo processado por desvio de verbas, entre outras coisas. O relatório é de um caos administrativo absoluto em Ronda Alta. Eu tive a oportunidade de ver o relatório apresentado pela Prefeitura ao Governo do Estado - estão pedindo verbas para tentar segurar o orçamento. É, realmente, terrível. Aliás, há até o rompimento entre a primeira administração e segunda administração. Eu quero assinar embaixo. Acho que a primeira administração petista de Ronda Alta foi exemplar. Tenho orgulho em dizer que o ex-Prefeito é uma das pessoas com quem mais eu tive amizade, inclusive continuo tendo. Não foi por acaso que ele se afastou do PT: foi por discordância da linha que assumiu a segunda administração. Por outro lado, o que nós estamos cobrando, Ver. Adeli e Ver. Guilherme Barbosa, é uma adequação entre o discurso e a prática na implantação de um projeto, porque, se você promove a idéia de um  telefone que não está acessível, você está desavisando as pessoas. Tem que ir lá e de lá ir para outro e só na terceira vez, na verdade, é que vai ter acesso. Nós criamos uma certa burocracia que pode querer organizar e centralizar num primeiro momento, mas que não está sendo corretamente refletido no "folder" que pretende orientar as pessoas. Essa é a questão que o Ver. Sebenelo está cobrando e para a qual eu faço eco. Ainda hoje e ontem discutíamos isso.

Quero dizer, Ver. Adeli Sell, que a respeito do que havíamos conversado sobre ensino profissionalizante - um tema que me preocupa muito - vou tratar de colocar à sua disposição o Vice-Governador Bogo, que foi encarregado, há tempos, pelo Governador Britto, de fazer um estudo, com a sua equipe, em relação ao 2º Grau profissionalizante no Estado. Está saindo agora o Projeto de Lei resultante do trabalho da Comissão coordenada pelo nosso  companheiro Martin Barbosa. Já está no Gabinete do Governador Britto o trabalho que deverá ser transformado em Projeto de Lei. Quero repassar isso a V. Exa., somando-me na briga para começarmos essa implantação aqui em Porto Alegre. Acho isso fundamental. Muita gente não tem acesso à universidade. Como professor universitário, tenho dúvida se vale a pena a gente acreditar que todo mundo tem que passar pela universidade para ser um bom profissional. Acho que um profissional de segundo grau pode ser excelente nos níveis de necessidade mais popular, dentro de determinados critérios que nós já citamos. Sou um parceiro para qualquer momento nessa disputa.

Quero, por outro lado, ouvir o Ver. Adeli Sell nos próximos dias sobre o companheiro Vacarezza, porque ele foi reeleito à Direção Nacional do PT. O Ver. Adeli Sell disse que ele havia sido punido - eu até tinha uma interpretação diferente -, mas, agora, ele foi premiado: foi reeleito para a Direção Nacional do Partido.  No meu tempo, ele teria sido  expulso. Agora, foi tirado da vitrine e devolvido para a Direção ainda que em outro cargo. Não ocupa mais a Secretaria-Geral do Partido, mas continua na Direção Nacional.

Estou entregando à Mesa, neste momento, um Requerimento assinado por cinco Vereadores integrantes da Comissão  de Educação, Cultura e Esportes, no sentido de requerer  que, a partir de agora, todos os processos que trabalham com permutas ou vendas de áreas na Cidade sejam também enviados à CECE para parecer, porque isso tem a ver com lazer e recreação, tem a ver com educação, e são as áreas em que nossa Comissão atua. Entendo que, além da CUTHAB, da Justiça, da CEFOR, a CECE deve, igualmente, dar parecer a esses processos, porque eles afetam a questão da política de áreas de lazer, de recreação e, às vezes, de escolas que são retiradas do patrimônio público para, depois, serem vendidas. Estamos, então, formalizando o documento, em nome da Comissão, como um todo. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador. )

 

O SR. PRESIDENTE: Estão encerrados os trabalhos.  

 

(Encerra-se a Sessão às 12h12min.)

 

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